Pinheiro-Bravo
De nome científico Pinus pinaster Aiton, esta espécie de crescimento rápido e um tempo de vida que não ultrapassa os 200 anos, ocupa 22% da mancha florestal em Portugal continental, estando também presente na Madeira e nos Açores.
Árvore de grande porte que pode elevar-se até aos 40 metros de altura, com folhas em forma de agulha que se mantêm todo o ano e raízes profundas que o tornam bastante resistente ao vento, o pinheiro-bravo é a espécie resinosa mais comum de norte a sul do país e também a mais abundante das coníferas, ou seja, das plantas que produzem pinhas. Aliás, é em Portugal que encontramos um dos exemplos mais antigos de reflorestação com pinheiros-bravos – o pinhal de Leiria – que foi quase totalmente destruído com os incêndios que ocorreram em outubro de 2017.
Curiosidade
Sabia que o pinhal de Leiria foi inicialmente mandado plantar pelo rei D. Afonso III, no século XIII (1210-1279), com o intuito de travar o avanço e a degradação das dunas, bem como proteger a cidade de Leiria e o seu castelo?
Como produz muitas sementes, tem um crescimento rápido e uma grande capacidade de se adaptar a solos pobres e degradados, foi desde sempre a espécie preferida para arborizar as dunas litorais ou os baldios serranos. Mais tarde, a área de pinhal cresceu por ordem do rei D. Dinis (1279-1325), que ordenou que plantassem pinheiros-bravos ao longo da costa. Aliás, fique também a saber que os mastros das naus dos Descobrimentos foram construídos com madeira de pinheiro-bravo e sua resina usada na calafetagem.
O Pinheiro de Natal
Acredita-se que a origem da utilização do pinheiro durante a época natalícia possa estar associada aos povos pagãos da região dos países bálticos que, antes do solstício de inverno, cortavam pinheiros, levavam-nos para as suas casas e enfeitavam-nos, tal como é feito atualmente. Um costume que passou aos povos germânicos e que depois se espalhou um pouco por todo o mundo.
Popularmente, diz-se que os pinheiros são “pau para toda obra”, tal é sua capacidade de adaptabilidade ao frio e ao calor, capacidade essa que lhes permite atravessar as estações sem que as suas folhas caduquem. Muito pelo contrário, mantêm-se firmes, crescem e não são atacadas por pragas.
O diâmetro do tronco (que pode chegar a medir cerca de 1,4 metros) e a sua forma são os fatores que mais influenciam o tipo de aproveitamento potencial da sua madeira, desde a sua utilização na indústria – construção civil, marcenaria, mobiliário, painéis de madeira, embalagens, entre outros – à produção de pasta de papel, em que se mantém como única fonte de fibra longa para o fabrico da pasta kraft não branqueada.
Mas quase tudo no pinheiro-bravo pode ser aproveitado, desde as pinhas que ardem com facilidade e são usadas para atear o lume, passando pela casca, hoje integrada em compostos e substrato de culturas e pavimentação de jardins, até à resina que está na origem de dezenas de produtos com aplicações industriais ou ainda o aproveitamento das propriedades medicinais (antissépticas, expetorantes, diuréticas e tonificantes) das suas agulhas, casca, resina, rebentos e pinhas jovens.